Novo formato descoberto para matéria escura pode resolver mistérios de décadas
Um novo estudo sugere que dois fenômenos misteriosos no centro da Via Láctea podem ter uma origem comum: uma forma pouco explorada de matéria escura, conhecida como matéria escura leve. As descobertas dos pesquisadores foram apresentadas em um artigo publicado em março no periódico Physical Review Letters. O que são matéria escura e energia escura? Matéria escura é feita de buracos negros primordiais? Eis como podemos descobrir Matéria escura distorce luz antiga do Big Bang e confirma teoria de Einstein Um dos fenômenos analisados foi a alta taxa de ionização da chamada Zona Molecular Central (CMZ) da nossa galáxia. O outro foco da pesquisa foi a detecção de um misterioso brilho em raios gama, com energia de 511 quilo-eletronvolts (keV), também observado na CMZ. Análise de partículas leves A pesquisa partiu da hipótese de que as chamadas “partículas de matéria escura sub-GeV” (com energia inferior a 1 giga elétron-volt) poderiam ser muito leves, com massas de apenas alguns milhões de elétron-volts, significativamente menores que a de um próton, por exemplo. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- “Essas partículas de matéria escura podem interagir com suas antipartículas (partículas idênticas, mas com carga oposta). Em nosso trabalho, estudamos o que aconteceria se essas partículas leves entrassem em contato com suas antipartículas no centro galáctico e se aniquilassem mutuamente, produzindo elétrons e pósitrons”, explicou Shyam Balaji, cientista do King’s College London. As análises indicaram que, ao interagirem com o gás denso da CMZ, essas partículas depositam sua energia localmente. Isso pode explicar tanto a produção de elétrons e pósitrons (o pósitron é a antipartícula do elétron) quanto as elevadas taxas de ionização observadas na região. Matéria escura leve pode explicar a alta ionização da CMZ e a emissão de raios gama na Via Láctea (Imagem: Tom Abel & Ralf Kaehler (KIPAC, SLAC), AMNH) A produção dos raios-gama Os pesquisadores concluíram que, se a matéria escura estiver gerando pósitrons no centro da galáxia, essas partículas acabam colidindo com elétrons do ambiente. O resultado dessa aniquilação é a liberação de radiação gama com energia de 511 keV — possivelmente, a peça que faltava para conectar a intensa ionização ao brilho enigmático detectado na CMZ. “Descobrimos que, embora a matéria escura possa explicar a ionização, ela também pode ser capaz de reproduzir parte da radiação de 511 keV. Essa descoberta surpreendente sugere que os dois sinais podem se originar da mesma fonte: a matéria escura leve”, destacou Balaji. As conclusões do estudo indicam que o centro da Via Láctea pode ser uma fonte promissora para investigar a natureza da matéria escura, especialmente em sua forma leve, que é difícil de ser detectada por experimentos convencionais em laboratório. Leia também: A busca por matéria escura no laboratório mais profundo do mundo Rochas antigas podem confirmar existência de matéria escura Cientistas questionam ligação entre matéria escura e formação de estrelas VÍDEO | CURIOSIDADES SOBRE A LUA Leia a matéria no Canaltech.

Um novo estudo sugere que dois fenômenos misteriosos no centro da Via Láctea podem ter uma origem comum: uma forma pouco explorada de matéria escura, conhecida como matéria escura leve. As descobertas dos pesquisadores foram apresentadas em um artigo publicado em março no periódico Physical Review Letters.
- O que são matéria escura e energia escura?
- Matéria escura é feita de buracos negros primordiais? Eis como podemos descobrir
- Matéria escura distorce luz antiga do Big Bang e confirma teoria de Einstein
Um dos fenômenos analisados foi a alta taxa de ionização da chamada Zona Molecular Central (CMZ) da nossa galáxia. O outro foco da pesquisa foi a detecção de um misterioso brilho em raios gama, com energia de 511 quilo-eletronvolts (keV), também observado na CMZ.
Análise de partículas leves
A pesquisa partiu da hipótese de que as chamadas “partículas de matéria escura sub-GeV” (com energia inferior a 1 giga elétron-volt) poderiam ser muito leves, com massas de apenas alguns milhões de elétron-volts, significativamente menores que a de um próton, por exemplo.
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“Essas partículas de matéria escura podem interagir com suas antipartículas (partículas idênticas, mas com carga oposta). Em nosso trabalho, estudamos o que aconteceria se essas partículas leves entrassem em contato com suas antipartículas no centro galáctico e se aniquilassem mutuamente, produzindo elétrons e pósitrons”, explicou Shyam Balaji, cientista do King’s College London.
As análises indicaram que, ao interagirem com o gás denso da CMZ, essas partículas depositam sua energia localmente. Isso pode explicar tanto a produção de elétrons e pósitrons (o pósitron é a antipartícula do elétron) quanto as elevadas taxas de ionização observadas na região.
A produção dos raios-gama
Os pesquisadores concluíram que, se a matéria escura estiver gerando pósitrons no centro da galáxia, essas partículas acabam colidindo com elétrons do ambiente. O resultado dessa aniquilação é a liberação de radiação gama com energia de 511 keV — possivelmente, a peça que faltava para conectar a intensa ionização ao brilho enigmático detectado na CMZ.
“Descobrimos que, embora a matéria escura possa explicar a ionização, ela também pode ser capaz de reproduzir parte da radiação de 511 keV. Essa descoberta surpreendente sugere que os dois sinais podem se originar da mesma fonte: a matéria escura leve”, destacou Balaji.
As conclusões do estudo indicam que o centro da Via Láctea pode ser uma fonte promissora para investigar a natureza da matéria escura, especialmente em sua forma leve, que é difícil de ser detectada por experimentos convencionais em laboratório.
Leia também:
- A busca por matéria escura no laboratório mais profundo do mundo
- Rochas antigas podem confirmar existência de matéria escura
- Cientistas questionam ligação entre matéria escura e formação de estrelas
VÍDEO | CURIOSIDADES SOBRE A LUA
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