Sea of Stars: Throes of the Watchmaker Review | Análise

A chegada de uma DLC representa uma extensão da experiência do jogo base, trazendo novos conteúdos cujo valor deve justificar as novidades adicionadas. Nem sempre isso acontece, mas, às vezes, somos surpreendidos positivamente. Além de agregar ao jogo principal, uma DLC pode apresentar melhorias interessantes e novas abordagens. No final das contas, se o conteúdo pago vale o investimento, está tudo certo. Mas quando a DLC é gratuita e excelente? Aí, quem sai ganhando somos nós.

Sea of Stars, lançado em 2023, receberá em 20 de maio de 2025 a DLC gratuita Throes of the Watchmaker, disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.

A nova aventura aposta em uma temática circense — cativante por si só — com regiões inéditas e uma história extra. Sou uma grande fã de Sea of Stars, mas confesso que essa DLC me conquistou em vários aspectos que vou detalhar a seguir. Throes of the Watchmaker corrige alguns erros do jogo base, mas ainda carrega certas falhas antigas. Seu final, por exemplo, parece apressado, como se tivesse faltado tempo ou orçamento. Ou talvez tenha sido uma falha narrativa mesmo.

Circo dos horrores

Throes of the Watchmaker é uma aventura bônus pós-jogo, centrada em um momento crucial da narrativa. Para contextualizar: a tripulação dos nossos heróis precisa conquistar o favor do Conselho Celeste — um grupo de Gigantes — para acessar o “Mar das Estrelas”. Cada membro da tripulação da Verspetine se apresenta ao Conselho, mas quando o mago do vento da equipe pirata diz se chamar Keenathan, os Gigantes hesitam. Acabam deixando passar, assumindo que foi um erro deles.

O enredo da DLC começa com o Conselho revisitando o assunto e revelando que o nome real de Keenathan não é Keenathan. A revelação o abala profundamente. Percebendo sua angústia, Teaks, o Historiador Viajante, sugere uma solução: a Relojoeira pode gravar seu nome verdadeiro em um relógio mágico, tornando-o oficial perante qualquer autoridade. Mas, antes que ela possa ajudar, os Guerreiros do Solstício precisam resolver um problema para ela.

Apesar de ainda achar que o roteiro tem falas desnecessárias que prejudicam a credibilidade dos personagens, fiquei positivamente surpresa com essa nova jornada. A trama se aprofunda nos protagonistas, que antes pareciam vazios e desinteressantes. A presença de uma nova vilã, que cria cópias dos personagens principais, cria conflitos internos que despertam sentimentos adormecidos. Mesmo assim, a história não consegue justificar completamente seus eventos, e o desfecho — especialmente o paradeiro da vilã — deixa a desejar.

Corrigindo os erros

Um dos pontos criticados do jogo base foi a pouca variedade de puzzles e a ausência de NPCs em áreas centrais. A DLC melhora bastante nesses aspectos. Embora tenha um escopo menor, apresenta mais diversidade na exploração e nos quebra-cabeças. Além disso, há áreas secretas que desafiam o raciocínio do jogador e recompensam com moedas e segredos. Isso torna a progressão mais interessante.

A temática de circo se reflete não só na ambientação, mas também nas mecânicas de combate e na direção de arte, dando à experiência um tom mais envolvente e até mais cativante que o jogo original. A trilha sonora também é um ponto alto: minimalista, com um toque sombrio, além de versões alternativas de músicas típicas de circo — foi uma escolha criativa que surpreendeu.

Os protagonistas ganham vestimentas, equipamentos e habilidades com estética circense. O novo hub está cheio de NPCs — de mercadores a personagens com diálogos casuais —, contribuindo para um mundo mais vivo e imersivo.

Outro destaque é o visual: os cenários da DLC elevam ainda mais o padrão da pixel art de Sea of Stars. Um detalhe que me chamou atenção foram os reflexos em determinados ambientes — algo fascinante de ver feito com tanto capricho nesse estilo visual. No geral, a apresentação de Throes of the Watchmaker é impecável e memorável.

Mas afinal, Sea of Stars: Throes of the Watchmaker é tudo isso mesmo?

Throes of the Watchmaker traz um sopro de novidade para o universo de Sea of Stars. Sua estética circense é o grande charme e entrega um conteúdo visualmente marcante e com melhorias bem-vindas. Ainda assim, tropeça em elementos narrativos e deixa algumas pontas soltas — o que é uma pena.

Como uma DLC gratuita, ela é uma adição mais do que bem-vinda. Se você já tem o jogo, essa é uma excelente oportunidade para mergulhar novamente nesse universo com uma nova perspectiva.

Nós recebemos Blades of Fire gratuitamente para review e agradecemos à Sabotage Studios e à Masamune pela confiança.

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