Lançado em 2020,
Journey to the Savage Planet é uma aventura de ficção científica que aposta no absurdo e no humor para oferecer uma experiência equilibrada entre desafio e diversão, em uma missão maluca de colonização de um planeta inóspito.
Cinco anos depois, retornamos ao ingrato ofício de desbravadores espaciais com Revenge of the Savage Planet, novo título da franquia que chega nesta semana para PC e consoles. Embarque com a gente em mais uma jornada tola, exótica e extravagante pelo cosmos e descubra como foi nossa nova expedição.
CLT espacial
Revenge of the Savage Planet nos coloca novamente na pele de um infeliz funcionário a serviço de uma corporação que o envia para um lugar mais remoto do que onde Judas perdeu as botas.
Sem qualquer equipamento ou garantia de segurança — o pesadelo de qualquer CIPA — sua missão é vasculhar cada canto do planeta, coletar melhorias para reduzir as chances de morrer diante da fauna local e reunir provas de que a empresa contratante pode estar envolvida em atividades suspeitas, visando a um possível processo. Acompanhado por um drone falante, você explorará diversos biomas de um sistema desconhecido em busca de meios para sobreviver.
Colete filamentos para impressão 3D e crie aprimoramentos para seu traje e arsenal; consuma estranhas gosmas laranjas para aumentar sua vida e resistência; e escaneie a fauna e flora de cada planeta para expandir a base de dados da corporação. No fim das contas, seu trabalho se assemelha a um turismo de aventura — mas muito mal pago.
Aventura, comédia e exploração
Revenge of the Savage Planet é um jogo de aventura em mundo aberto que nos leva à exploração de diferentes planetas dentro de um sistema estelar, com uma dinâmica que flerta com o estilo metroidvania. Algumas áreas dos mundos visitados exigem aprimoramentos no traje, nas ferramentas, armas ou habilidades do personagem para resolver quebra-cabeças ambientais, enfrentar inimigos específicos ou acessar zonas antes inacessíveis.
Diferente do antecessor, Revenge of the Savage Planet é jogado inteiramente em terceira pessoa. Pessoalmente, considero essa mudança acertada, pois a nova perspectiva facilita a exploração e a identificação de pontos de interesse no mapa.
Com uma apresentação mais ambiciosa e polida, o jogo demonstra clara evolução visual em relação ao anterior. A fauna e a flora de cada planeta se destacam com mais personalidade, e os mundos explorados conseguem transmitir identidades únicas, evitando o típico cenário repetitivo dos mundos abertos.
Uma das atividades principais é escanear plantas, minerais e criaturas para alimentar uma enciclopédia chamada Kindrex. Alguns alienígenas, ao serem analisados, revelam pontos fracos que podemos explorar para capturá-los com o clássico laço a laser do jogo anterior.
Certas melhorias exigem, além de peças coletadas pelo mundo, a pesquisa dessas criaturas, o que libera novos projetos de aprimoramento para o arsenal do jogador. Muitos desses upgrades são essenciais para a progressão, como a moto subaquática, o pisão ou o gancho com laço que permite alcançar áreas distantes.
Apesar de a rotina de exploração e retorno a áreas já visitadas parecer repetitiva, o jogo torna essa dinâmica divertida graças à sua atmosfera de ficção científica combinada com humor nonsense. A movimentação desengonçada do personagem, a trilha sonora vibrante, a jogabilidade envolvente e os vastos mapas, que frequentemente exigem revisitas, tornam a experiência estimulante. Além disso, há mistérios bizarros, missões desafiadoras e elementos de colecionismo, como dezenas de trajes e padrões de cores para personalizar seu camarada espacial.
Um rolê a dois
O grande destaque de Revenge of the Savage Planet é a possibilidade de jogar em modo cooperativo desde o início, seja online ou localmente com tela dividida. O suporte ao crossplay reforça esse aspecto, permitindo que a experiência cooperativa funcione entre diferentes plataformas, seja no PC ou nos consoles.
Embora o primeiro jogo tenha recebido essa funcionalidade, ela era limitada ao modo online. Agora, poder jogar localmente com outra pessoa resgata a clássica experiência de dividir o sofá com um amigo — o que, além da nostalgia, enriquece a jogabilidade de forma geral.
Por exemplo, alguns inimigos apresentam pontos fracos localizados na parte traseira do corpo, como atrás da cabeça, em uma carapaça ou no rabo. Jogando em dupla, é mais fácil enfrentá-los com uma estratégia cooperativa: enquanto um jogador atrai a atenção do monstro, o outro pode atacar a área vulnerável.
A exploração também se beneficia dessa dinâmica. Com dois jogadores no mapa, é possível cobrir mais terreno, coletar recursos com mais eficiência e resolver puzzles que exigem interações simultâneas em diferentes pontos. A única limitação é que ambos precisam estar no mesmo planeta durante a partida.
Todas essas melhorias, no entanto, vêm com um pequeno custo: a ausência de um modo performance no PlayStation 5, plataforma utilizada para esta análise. Como estou acostumado a jogar nesse modo, senti falta de pelo menos ter a opção de escolha. Isso afetou minha experiência? De forma alguma! Aproveitei cada minuto nas paisagens caóticas do jogo, explorei bastante e me diverti com a jogabilidade envolvente e o roteiro absurdamente hilário. Mas considero importante destacar esse detalhe para quem faz questão de modos específicos de desempenho.
Promovido
Revenge of the Savage Planet é uma sequência que entende bem o que fez o primeiro jogo funcionar e eleva a proposta com melhorias visuais, maior liberdade de exploração e uma bem-vinda expansão do modo cooperativo. A mudança para a terceira pessoa, o humor nonsense e a atmosfera de ficção científica irreverente mantêm o charme da franquia, enquanto os novos recursos de jogabilidade tornam a experiência mais fluida e estratégica.
Mesmo com pequenas limitações técnicas, como a ausência de um modo performance em algumas plataformas, o jogo entrega uma jornada divertida, criativa e cheia de personalidade — perfeita para quem busca uma aventura fora do comum.
Prós
- Modo cooperativo local e online com suporte a crossplay;
- Exploração divertida e com bom ritmo de jogo;
- Visual aprimorado e biomas variados com identidade própria;
- Combate dinâmico com inimigos que exigem um mínimo de estratégia;
- Atmosfera cômica e criativa que sustenta o tom da aventura;
- Sistema de progressão inspirado em metroidvania está bem implementado.
Contras
- Ausência de modo performance no PS5, pelo menos neste período de lançamento;
- Limitação do modo cooperativo a um único planeta por vez limita um pouco a sensação de liberdade de exploração.
Revenge of the Savage Planet — PC/PS5/XSX — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PlayStation 5
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela Racoon Logic Studios
Revenge of the Savage Planet
8.5
PS5
Revenge of the Savage Planet is a sequel that takes what made the first game work and elevates it with visual improvements, greater freedom of exploration, and a welcome expansion of co-op. The shift to third-person, nonsensical humor, and irreverent sci-fi atmosphere maintain the franchise's charm, while new gameplay features make the experience more fluid and strategic.